Pois é...
Porque a vida não é só feita de coisas boas e de notícias que nos alegram, as novidades hoje não foram as melhores.
Ainda não vos falei do M.
O M. tem 6 anos. Desde bebé começou a dar indicações de ter atrasos de desenvolvimento, adquirindo competências sempre muito mais tarde do que seria suposto. Com 6 meses não respondia a estímulos visuais e auditivos, só se sentou aos 9, só iniciou a marcha aos 21, nunca falou, sempre se isolou, não brincando com os pares... Aos 2 anos e meio foi-lhe diagnosticado autismo.
O autismo é uma perturbação que afecta o desenvolvimento global, nomeadamente ao nível da capacidade de comunicação, de socialização e de comportamento.
Apesar de sempre ter percebido que havia atrasos, o meu pensamento sempre era o de que ele apenas tinha um ritmo de aprendizagem mais lento, mas que, com o tempo, conseguiria desenvolver todas as capacidades, como qualquer outra criança. Ao receber aquele diagnóstico e com a aceitação do mesmo, fui-me mentalizando de que não seria bem assim, pois o fosso entre a idade cronológoca e a idade correspondente às capacidades adquiridas é cada vez maior, continua sem falar e continua a isolar-se nas brincadeiras.
Com cerca de 3 anos, após um exame de otorrino (potenciais auditivos), e como tudo o que já sabiamos não era sufuciente, foi-lhe diagnosticada surdez profunda do ouvido esquerda. Apesar da audição do direito ser normal, o que compensava essa perda.
Aos 5 anos, numa consulta de rotina e após observação, teve de retirar um pólipo do ouvido (esquerdo também).
Hoje, em mais uma consulta de controle, chegaram mais notícias desagradáveis. O médico desconfia que ele tenha uma otite média crónica, pelo que irá fazer um TAC para confirmação, existindo uma grande probabilidade de ter de ser operado.
Que angústia foi ouvir isto!
Eu não consigo imaginar o M. hospitalizado. Ele que perante a dor, a insatisfação ou frustação apenas reage fazendo birras, por não se saber exprimir. Ele que não tem capacidade para perceber o porquê de estar ali e que não poderá fazer determinadas coisas... Vai ser tão complicado!
Vamos aguardar para ver como será.
Apesar de tudo, sei que o M. é uma criança feliz, que está rodeado de pessoas que o amam.
Não é uma criança diferente, mas é especial.
Amo-te, lindo M!
Um menino especial, numa familia especial
ResponderEliminarAbraços
Maria
Sei bem o que sentes Carla e tb estou com medo pois o meu Afonso tb vai fazer exames aos ouvidos. Mas quero desejar-te toda a sorte do mundo e muita força, vocês são um exemplo a seguir, uma familia muito unida com objectivos lindos de vida baseados no grande amor que vos une e por isso vão ultrapassar as dificuldades e ajudar o Martim. Um grande beijo
ResponderEliminarObrigado! Beijinho
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