Que abomina todo o tipo de equipamento hospital, desde um simples medidor de tensão arterial aos equipamentos mais sofisticados, a reacção perante uma consulta de dentista é mais do que esperada.
Mas com o cheque-dentista que recebi em nome do Martim quase a terminar a validade, não podia desperdiçar a oportunidade e aproveitei para lhe fazer uma marcação.
Enquanto aguardámos na sala de espera, portou-se lindamente. Com uma consola à disposição e a Francisca a acompanhar, entreteu-se a jogar até que fomos chamados.
Assim que chegou à porta e viu a cadeira de especialista foi o descalabro. Não quis entrar, sentou-se no chão a chorar e a querer ir embora. Convenci-o com a conversa de que a Francisca seria observada primeiro, como foi. Mas foi de imediato sentar-se numa cadeira no canto da sala mais longínquo da cadeira de dentista, super atento a tudo o que estava a ser feito com a irmã.
Quando foi chamado de novo voltámos ao mesmo. Choros a tentar alcançar a porta para sair e muita paciência da minha parte (como é natural!) a tentar acalmá-lo e fazer perceber que ninguém lhe ia fazer mal, que só queríamos ver os dentinhos. Com tudo isto, acabou sentado ao colo da dentista, que foi uma querida, e com a história do "Vamos contar os teus dentinhos!" lá conseguiu fazer uma observação rápida, sem utilização de utensílios normalmente usados para o efeito.
Conclusão: Colocar selantes ou tratar algum dente que o Martim venha a necessitar apenas se conseguirá sob o efeito de uma pequena anestesia geral.