Desde
cedo que os pais dizem aos filhos que é feio mentir, que se mentirem lhes
cresce o nariz ou que vem algum bicho papão buscá-los para longe da família.
O
problema aqui é: e quando mentem? Como reagir?
Já ouvi vários conselhos, desde
castigar, ralhar, ignorar…
Na minha opinião, nenhuma das opções é certa. Eu e o
Henrique falámos disso quando as mentiras começaram a surgir. Coisas simples
como mentiras sobre ter comido o lanche mas encontrar o pão no lixo, mentiras
como não ter arrumado o quarto ou não ter feito os trabalhos de casa… coisas
que os miúdos fazem sem má intenção só para evitar um ralhete ou uma
repreensão, mas que preocupa os pais. Cá no Reino tentamos mostrar aos miúdos
que não precisam de mentir, que estão à vontade para contar tudo, falar de
tudo, que aqui não há espaço para críticas e que toda a gente erra! Tentamos
passar que mais vale uma repreensão por algo simples do que lidar com mentiras.
Nós próprios, eu e o Henrique, costumamos comentar com eles alguns dos nossos
erros, do género “Hoje cheguei atrasada ao trabalho”, para que sintam que toda
a gente erra e que não há problema em admiti-lo. Fora essas mentiras, há outras
que os miúdos dizem, como por exemplo dizerem que os pais têm certa profissão
que não têm, ou que vão passar férias a certo sitio que não vão… Ainda não
ouvimos esse género de mentiras cá no Reino, mas sabemos de alguns casos lá na
escola que nos chegam a casa pela boca dos nossos filhos. Mentir é sempre
mentir, e para nós a mentira tem de ser lidada com confiança, à vontade e
compreensão.
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