Enquanto andava nas minhas pesquisa pela internet, encontrei este texto com o qual me identifico bastante e, como mãe de um menino com necessidades especiais, não pude deixar de o partilhar convosco.
Aqui fica...
"As crianças com necessidades especiais não precisam de compaixão, precisam sim de outras atitudes em relação a elas que certamente qualquer pessoa pode
oferecer: naturalidade, amor e compreensão. Ninguém gosta que outra pessoa
a olhe com um olhar de pena.
Um olhar compassivo pode ter toda a boa intenção do mundo, mas na
realidade pode estigmatizar e desvalorizar a pessoa à sua frente. Quando somos olhados com compaixão por um defeito físico,
uma situação económica difícil ou por termos cometido um erro, sentimo-nos
muito piores; pensamos que fizemos alguma coisa de errado para causar essa
pena.
A criança e sua família passam por
uma infinidade de situações stressantes que podem ser mais suportáveis se
perceberem ao seu redor um bom apoio social, no qual se sintam envolvidos e
compreendidos. Vamos descrever algumas situações pelas quais essas famílias e
crianças passam para desenvolvermos uma atitude empática e adequada para com
elas.
“A deficiência não te define; o que te define é a forma
como encaras os desafios que a deficiência te apresenta.” – Jim Abbott
Um diagnóstico difícil
Cada gestação de uma mulher é diferente, mas todas as mães e pais têm o desejo de que as coisas decorram
da melhor forma possível, que o seu futuro filho tenha uma saúde
perfeita para poder seguir enfrentando as demandas deste mundo cada vez
mais exigente.
Podem aparecer exames que detectem problemas genéticos na gravidez,
derivados de teratógenos
e outros exames que detectem uma doença incurável no feto. Os pais irão agir
perante essa situação difícil e irão decidir se devem ou não seguir adiante com
a gravidez, segundo suas próprias reflexões e valores que iremos descrever a
seguir.
Para muitos pais e mães, o diagnóstico já é comunicado na
gravidez. Para outros, este diagnóstico se dará no nascimento e nos outros
casos, as dificuldades da criança só se manifestarão mais tarde. Seja como for,
esse é um diagnóstico duro, complicado e que causa um grande impacto
emocional.
É neste momento do diagnóstico que a mulher, sozinha ou
com seu parceiro, deve assumir que a sua maternidade será
diferente, nem melhor nem pior… e este é um momento
fundamental para a atitude posterior. A informação deve ser precisa, concisa e
transmitida com delicadeza e compreensão.
Lidando com
o diagnóstico
Esse é o momento de escolher as informações
positivas, de desenhar um plano como pais para enfrentarem juntos o cuidado de
seu filho, de se amarem psicologicamente e de estarem cientes de que a criação desse filho será uma corrida de obstáculos, com
a adição de que enfrentarão algo desconhecido.
Pouco a pouco, assumindo o diagnóstico, os
pais se entregarão à criação da criança com toda a força e
esperança para poderem alcançar as conquistas das
quais seu filho precisa. Sessões de reabilitação, possibilitar um bom
espaço para a criança e um projecto baseado no carinho, que é o que essa
criança e qualquer outra realmente precisa.
Uma criança
especial está connosco
As crianças com necessidades especiais têm muito para nos ensinar. Elas são
campeãs que lutam para poder superar muito lentamente as dificuldades que têm e fazem isso quase sem reclamar, com um sorriso no rosto.
Às vezes, os sentimentos delas
são tão intensos que nos estremecem, mas as
pessoas ao redor delas têm que lhes passar uma imagem de
positividade, de que estão com elas ajudando-as no seu pequeno desafio
diário.
“Parte do problema com a palavra deficiência
é que ela sugere uma incapacidade de ver, ouvir, andar ou fazer coisas que
muitos de nós damos como certo. Mas o que acontece com as pessoas que não podem
sentir, falar dos seus sentimentos, controlar os seus sentimentos, estabelecer
relações próximas, realizar-se, gente que perdeu a esperança, que vive na miséria
e amargura? Para mim, essas são as verdadeiras deficiências.” – Fred Rogers
As crianças com
necessidades especiais abrem o coração e não guardam nada para elas. São puro
sentimento num corpo que talvez não lhes responda. São agradecidas, extremamente carinhosas, julgam com os olhos do amor e o seu silêncio não é um incómodo. É o silêncio da calma e da sua reflexão que
também é nossa.
Elas dão-nos uma lição de luta e vida em todos os momentos. Pura e bela,
uma cura incalculável.
A integração
com os colegas e com a sociedade
Essas crianças podem encontrar dificuldades, maiores ou menores, em
se adaptar ao seu ambiente. Infelizmente,
pessoas que à priori não têm
nenhuma deficiência intelectual comportam-se com certo tédio em relação a elas,
com olhares compassivos e murmurando o quanto “isso” deve ser
terrível.
Além disso, ainda se atrevem a fazer comentários ainda
mais prejudiciais: “Que pena que você é assim”,
“Coitada, isso é tão injusto” ou “Bem, Deus sabe porque faz
essas coisas”. A ignorância de certo tipo de gente deve chegar a magoá-las.
É preciso eliminar essas pessoas
da vida da criança e dos pais, e ignorá-las como elas merecem. A maior parte
das pessoas é boa, educada e respeitosa em relação a isso, então não há nenhuma
razão para dar mais importância a essas pessoas do que elas têm.
As pessoas que amam a criança só precisam encarar a situação com
naturalidade, como um problema
de desenvolvimento e médico que pode ser tratado com os melhores profissionais
e junto às pessoas que adoram vê-la sorrir como nenhuma outra coisa em suas
vidas.
Nós devemos lutar por sua integração nos parques, nas
escolas ou remover barreiras arquitectónicas. Porque um pouco de justiça,
bons profissionais e um círculo cheio de amor em torno da criança podem fazer o milagre: vê-la feliz a
maior parte do dia.
Seus familiares, colegas, profissionais e amigos não vão
pedir mais nada, porque se você vê o seu filho feliz, seja qual for a sua circunstância, há algo
mais importante?"
Fonte: A mente
é maravilhosa
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