Um dos maiores sustos da minha vida!

Foi no início do mês, aquando da nossa semana de férias no Algarve, que o inesperado aconteceu e me fez ficar sem chão.

Depois de um dia de grande diversão, passado no Aquashow (podem ver aqui), chegámos a casa cansados. Ao contrário do esperado os miúdos não adormeceram no carro, pelo que avançámos de imediato com os banhos. De seguida viram um pouco de televisão, enquanto preparávamos o jantar, e reunimo-nos na varanda, à mesa, para mais uma refeição. O normal destes dias.

5 minutos depois do jantar já os 3 mais novos dormiam, um para cada lado, nos sofás. Apenas os mudámos para as camas e deixámos dormir, como já fizemos tantas vezes ao longo destes anos de maternidade/paternidade.

Com este cenário, estava fora de questão a nossa saída habitual a 7, para tomar café, os miúdos brincarem no parque e andarmos um pouco pela marginal. Contudo, a F. e o H. foram na mesma ao café, tendo eu ficado em casa com os rapazes.

Estava tudo tranquilo até o Santiago se levantar e ir para a casa de banho vomitar. Corri logo para lá. Auxiliei-o. Perguntei como estava. E, como tinha sujado um pouco as pernas, disse que entrasse na banheira, só mesmo para lavar as pernas (do joelho para baixo). E foi aí que tudo começou...

De repente o Santiago ficou ausente. Falava com ele, mas não obtia qualquer resposta, enquanto ele olhava distante, fixo para o infinito. Eu chamava-o "Santiago, estás-me a ouvir?" e ele nada, até que... desmaiou. Consegui segurá-lo para que não se magoar e comecei a chamá-lo. Não reagia. Bati-lhe na cara e acordou. Embrulhei-o de imediato à toalha para o tirar da banheira e, já do lado de fora, o cenário começou a repetir-se. Olhar distante, fraqueza,... Até que começou a tremer das pernas, a revirar os braços para trás e os olhos para cima. 

Em milésimos de segundos passou-me tudo pela cabeça. Coloquei-o rapidamente em cima da cama e segurei-lhe os braços, enquanto o chamava. Gritava o seu nome. Até que tudo parou e ele voltou a si. Abracei-o, enquanto as lágrimas caiam sem parar e liguei ao pai que veio a correr. Só me conseguia lembrar do primo que com 4 anos teve um AVC, num episódio com algumas semelhanças.

- Santiago, mexe as mãos.

- Levanta o braço.

- Levanta o outro.

- Mexe as pernas.

- Como te chamas?

- Quem sou eu?

- Quantos dedos tenho no ar?

E ele fez tudo. Respondeu a tudo. E eu parei. Abracei-o novamente. E chorei, chorei, chorei, sem parar.

Acreditamos que tudo foi causado por uma paragem da digestão, pelo facto de adormecer logo depois do jantar. Felizmente tudo não passou de um susto. Um grande susto que não quero voltar a ter.

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