Especial Natal: Receitas para a Felicidade

Hoje dou inicio a uma nova rubrica dedicada à culinária, mais especificamente a receitas adequadas a esta época de Natal em que nos encontramos. Para tal, desafiei algumas das bloggers desta área a apresentarem-me a sua receita para que a partilhasse convosco. A receptividade foi fabulosa, com todas as convidadas a aceitaram o desafio.

  

A Mariana, tem 41 anos, é casada e tem 4 filhos rapazes. A paixão pela cozinha, onde gosta sempre de variar e inovar,  levou-a a criar o seu blog Receitas para a Felicidade. 

A sugestão da Mariana para o Natal são as Azevias. Conheçam então um pouco da sua história e a receita da Mariana.

Penso que a origem deste doce de Natal, começou primeiramente no mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, com o nome de “Pastéis de Santa Clara” e que ainda hoje existem e são deliciosos. Feitos com uma massa quebrada (mais tarde conhecida por massa tenra) e que são depois recheados com uma mistura de doce de ovos e amêndoa.

Na altura, eram feitos no maior dos secretismos e só as freiras sabiam a receita mas, tornaram-se tão famosos, que percorreram o país chegando até outros mosteiros.

Ora algures num mosteiro do meu Alentejo, estes doces foram recriados mas com um recheio diferente e com o que havia mais à mão das freiras, tal como o grão, a batata-doce, a abóbora, a chila e a amêndoa, nascendo assim um pastel diferente a que deram o nome de azevias.

Para além desta história existe depois a minha e que me traz boas lembranças:

Dois dias antes do Natal, a minha mãe e outras pessoas amigas, reuniam-se na casa de uma delas e lembro-me dos grandes alguidares onde era feita a massa, amassada e deixada a levedar enquanto se riam e conversavam umas com as outras. Depois, umas cortavam a massa, outras recheavam e eu lembro-me de andar ás escondidas, com o dedo metido no recheio. Na altura eram feitas com grão e gemas e, mais tarde, usavam também a batata-doce que na altura se encontrava somente à venda no Algarve.

Finalmente, eram fritas em grandes sertãs, com óleo limpo e bem quente e, ao arrefecerem, mergulhavam-nas em açúcar e canela. Era um cheiro delicioso naquelas cozinhas e depois ao trazermos para casa esta mantinha-se assim perfumada até á consoada com este belo doce…

Espero que gostem da receita pois é a minha e a que sigo há vários anos:

Azevias

250 g de farinha sem fermento, tipo 55

2 Colheres de sopa de manteiga ou banha
2 colheres de sopa de azeite
Sal, q.b.
0,5 dl de água
2 c. desopa, de aguardente
Sumo e raspa de 1 laranja grande 

Peneire  a farinha e coloque-a sobre a bancada. Faça um buraco no meio e aos poucos vá adicionando os restantes ingredientes. Amassar muito bem e quando ganhar a textura desejada estender com o rolo da massa.

Recheio de Batata-doce:
Cozer a batata-doce (3 batatas médias)  com casca. Depois, desfazer bem até ficar em puré e adicionar 3 gemas e 100 g de amêndoa ralada. Entretanto levar ao lume o açúcar (a gosto)e um pouco de água, até este ganhar ponto. 

Quando passarem 8minutos mais ou menos,  adicionar o puré e deixar engrossar, mexendo sempre para não pegar.

No fim polvilhar com canela e raspa de laranja a gosto.

Depois da massa pronta, estendê-la e esticar bem com a ajuda do rolo. Rechear generosamente, fechar unindo bem as pontas (molhe a ponta dos dedos com água para facilitar esta tarefa) e depois fritar em óleo bem limpo e quente. Deixe que arrefeçam um pouco, colocando-as  sobre papel absorvente e finalmente passe as azevias por açúcar e canela.

Muito obrigada Mariana!